MEDALHISTA OLÍMPICO E MUNDIAL, SÉRGIO MACARRÃO COMPLETA 70 ANOS

Written By Podio Sport on terça-feira, 24 de fevereiro de 2015 | 23:40


.

Rio de Janeiro, RJ – Basquete e natação são dois esportes completamente diferentes, mas foi uma ex-nadadora quem garantiu a participação de um jogador nos Jogos Olímpicos da Cidade do México, em 1968. Nesta terça-feira (dia 24), Sérgio Toledo Machado, mais conhecido como Sérgio Macarrão, completa 70 anos e, em entrevista para o site da Confederação Brasileira de Basketball (CBB), relembrou a história curiosa que viveu com Maria Lenk, primeira mulher sul-americana a disputar uma Olimpíada (Los Angeles/1932), além de sua trajetória e conquistas no basquete.

Em 1962, então com 17 anos, Sérgio Macarrão, que ganhou este apelido por ser magro, foi convocado pela primeira vez para a Seleção Brasileira. Nos treinos, buscaria uma vaga no grupo que disputaria o Mundial nas Filipinas. O campeonato, no entanto, foi suspenso e somente seria realizado em 1963, no Rio de Janeiro. Como havia ficado em recuperação no colégio, o ala acabou proibido pelo pai de jogar para se dedicar aos estudos.

“Fui obrigado a pedir dispensa do Mundial. Para a Olimpíada de 1968 o problema se repetiu na faculdade. Não queria atrapalhar minha formação em Educação Física, então pedi dispensa da Seleção. Quando a Maria Lenk, então diretora da faculdade em que eu estudava, soube o que eu havia feito, me disse que aluno seu não pedia dispensa de Olimpíada. Ela afirmou que resolveria meu problema acadêmico e eu aceitei a convocação. Ela resolveu quase tudo, pois teve um professor que acabou me atrapalhando e só fui me formar depois”, lembrou o ex-jogador.

Nascido no Rio de Janeiro, Sérgio Macarrão brilhou com a camisa da Seleção Brasileira. Nos Jogos Olímpicos, foi medalha de bronze em Tóquio, no Japão, em 1964, e quarto na Cidade do México, em 1968. Em Campeonatos Mundiais, foi terceiro colocado no Uruguai, em 1967, e vice-campeão na Iugoslávia, em 1970. Nos Jogos Pan-Americanos, foi sétimo em Winnipeg, no Canadá, em 1967, e bronze na Cidade do México, em 1975. No Campeonato Sul-Americano, sagrou-se campeão no Paraguai, em 1968, e vice no Uruguai, em 1969.

Sérgio e o presidente Carlos Nunes durante a Homenagem pelos 50 anos do bronze olímpico de 1964

“Em Tóquio, eu era um menino de 19 anos, uma aposta do Renato Brito Cunha (técnico). O grande valor em 1964 foi ter jogado ao lado de grandes nomes do basquete brasileiro. Eu via aqueles caras da arquibancada, era o mais próximo que chegava deles. Na Olimpíada de 1968, aquela geração foi colocada em xeque pelo resultado. Demos o azar de cruzar duas vezes com a ex-União Soviética. No Mundial de 1970, na última partida, contra a Iugoslávia, jogamos para ficar em segundo ou quinto. Tínhamos vencido equipes fortes, estávamos bem e faturamos o vice”, recordou Macarrão.

No Mundial anterior, em 1967, o ex-jogador lembrou que foi titular na estreia, contra o Paraguai. Mas que o frio em Montevidéu dificultou muito a vida da Seleção. Já o Pan da Cidade do México marcou o retorno de Macarrão com a camisa do Brasil. Ele não vestia a amarelinha desde 1972 por conta de lesão no menisco que o afastou das quadras por dois anos. Mas o bom desempenho na Taça Brasil pelo Flamengo e a mudança no grupo de jogadores o fez ser convocado. “Fui para me despedir. Eu até tive chance de jogar, mas não consegui, estava fraco fisicamente”.

Em clubes, Macarrão teve a oportunidade de jogar nos quatro grandes do Rio. Começou a carreira no Botafogo, em 1959. Depois passou por Vasco, Fluminense e Flamengo. “Não tinha noção da grandeza do clube quando comecei, foi a oportunidade que surgiu. Não era torcedor do Botafogo e nem virei, sou Fluminense, mas minha vida no alvinegro foi tão boa, duradoura e intensa que me sinto um botafoguense. Era a minha casa. Foi muito bom poder jogar nos quatro grandes clubes do Rio”.

Integrante de uma família de jogadores de basquete, Macarrão chegou a jogar futebol, mas como foi ficando magro e alto, e como centroavante apanhava muito, acabou optando pelo esporte da bola laranja. Sua ida para o Botafogo foi ao lado do irmão Renê Machado, pai dos jogadores Marcelinho Machado, do Flamengo, e Duda, do Rio Claro.

“Foi tudo muito natural. Se você olhar as fotos do Marcelinho, do Duda, todos cresceram em quadras de basquete. Hoje tenho um neto (Pedrinho, do Tijuca) que disputou a Liga de Desenvolvimento. Logo que ele nasceu eu o levei para uma quadra. O basquete está no sangue da família”, disse.

Hoje, aos 70 anos, Macarrão comemora que poderá voltar a jogar basquete, agora na categoria acima de 70 anos. “Estou me sentindo muito bem, com a saúde em dia. Tudo está acontecendo do jeito que eu queria”, finalizou o ex-jogador, que mora em Teresópolis (RJ) e tem acompanhado pela televisão os jogos de basquete. 


A I / CBB
Foto / CBB / Divulgação

0 comentários:

Postar um comentário