MENINAS DA MANGUEIRA DE OLHO NOS JOGOS OLÍMPICOS DA JUVENTUDE

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Rio de Janeiro, RJ – Quem passa por uma quadra de basquete e vê uma jovem, com um pouco mais de 1,60m batendo bola e um vasto repertório de dribles e jogadas, logo pensa que Mayara Cristina, de 16 anos, é uma jogadora americana. Mas não. A adolescente é atleta da Seleção Brasileira de base e do Basquete 3x3 e integra o Projeto Instituto Mangueira do Futuro. Foi lá que a Mayara aprendeu a gostar e ver o esporte como forma de inserção social. 

“Sempre gostei de ver os jogos de basquete pela televisão. Admiro muito o estilo de jogo da Adrianinha (armadora) e da Ariadna (ala) e me empolguei para entrar na Mangueira. Hoje o esporte é uma realidade para mim. Treino quatro vezes por semana na Mangueira e ainda faço academia. Vejo o basquete como uma profissão”, diz a armadora. 

Mayara tem como principal companheira de quadra a pivô Letícia Josefina, de 17 anos e 1,84m. As duas não se desgrudam, é um toque de uma para cá, um toque de outra para lá, dicas de como se comportar no jogo e muitas risadas após mexerem no celular. São três anos juntas e de muitas conquistas como o título do 3X3 Tour Nacional 2013; Mundial em 2013, na Indonésia, com a seleção Sub-18 de 3x3; a medalha de prata na Copa América Sub-16 de quadra, no México; o Sul-Americano na Venezuela pela seleção também pela categoria, em 2012; e o título pela Mangueira do Torneio Rio de Janeiro de Basquete Sub-17 de quadra (2013). 

Com tantas conquistas, boas recordações não faltam, principalmente em relação à comunicação com os estrangeiros em viagens internacionais. Quando perguntada, Mayara abre logo um sorriso com seu aparelho nos dentes, que identifica o rosto de menina: 

“Ora, com mímica. Eu sempre me viro. Para comer aponto os alimentos. Sempre que era necessário passar uma informação para as outros, eu era a interlocutora. Mas sei que preciso reforçar o inglês”, diz a atleta, que atualmente é segunda colocada no ranking brasileiro da FIBA de 3x3. 

No último fim de semana, no Rio de Janeiro, a Mangueira foi representada por oito atletas na Seletiva Nacional de Basquete 3x3 Sub-18. Dessa vez, Mayara e Letícia ficaram em lados opostos. A equipe de Letícia foi a campeã no sábado e ela, a cestinha, com oito pontos.  

O fato é que o Instituto Mangueira virou um celeiro de jogadoras. Do atual ranking brasileiro da FIBA, oito das dez primeiras colocadas são da Vila Olímpica. Um exemplo de sucesso para as novatas da Mangueira é a pivô carioca Érika de Souza, que atualmente está no Atlanta Dream, da WNBA, e começou a jogar na Mangueira, aos 15 anos. Érika, que atua na quadra, já disputou Jogos Olímpicos e Campeonatos Mundiais pela Seleção Brasileira.  

“A Érika serve de exemplo para todas nós. Se ela chegou lá, por que não podemos fazer o mesmo?”, questiona a pivô Letícia. 

As oito integrantes do Projeto Instituto Mangueira do Futuro que disputaram a Seletiva

Seleção será definida no dia 16 

Durante dois dias 36 atletas – 18 homens e 18 mulheres –, participaram da Seletiva Nacional, disputada no Ginásio da Fortaleza de São João, no Rio de Janeiro. Segundo o Departamento Técnico da CBB, a Seleção Brasileira será convocada de acordo com os critérios da Federação Internacional de Basketball (FIBA): dois jogadores entre os dez primeiros do ranking nacional e que os quatro atletas tenham disputado pelo menos duas competições homologadas pela FIBA nos últimos doze meses. 

"Gostei muito dos jogadores que apresentaram bons valores. Vamos usar as nossas anotações das disputas e reavaliar através dos vídeos os jogos para divulgarmos no dia 16 de junho o nome dos oito atletas – quatro mulheres e quatro homens –, que vão defender a Seleção Brasileira Sub-18 nos Jogos Olímpicos da Juventude na Rússia", explicou Christiano Medeiros. 

Roberto Osíris Silva "Paulista", representante do COB, fez a premiação da final feminina, neste domingo (dia 1º), e destacou a importância da competição. 

"Achei um evento muito legal, com meninas com experiência na Seleção Brasileira e todas muito motivadas. É importante essas seletivas para abrir espaço para os jovens dessa categoria se atentarem mais para o esporte. E o 3x3 é uma modalidade muito boa, pois é dinâmica e a bola nunca para. A CBB vem investindo muito nessa modalidade que em breve será olímpica e o COB está ajudando no que for preciso”, analisou Paulista.  

A Seletiva Nacional de Basquete 3x3 Sub-18 foi organizada pela Confederação Brasileira de Basketball (CBB), com apoio da Federação Internacional de Basketball (FIBA) e recursos do Comitê Olímpico Brasileiro (COB). 

A I / CBB

Foto / Gaspar Nóbrega / Inovafoto / Divulgação