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Um deles é Mário Dunlop, ex-jogador da seleção e ídolo do Botafogo (RJ)
Mário "Cavalo" Dunlop |
SAQUEREMA, 20.11.2013 -
Hoje referência nas competições da categoria master em âmbito nacional,
o Campeonato Brasileiro de Vôlei Master completa dez anos em 2013
consagrado pela boa organização e pelo clima de confraternização geral
que toma conta do Aryzão, em Saquarema (RJ), sempre no mês de novembro.
Um dos idealizadores do projeto é Sérgio Faria, atual presidente da
Federação Brasiliense de Voleibol e ex-diretor de relações externas da
CBV. Depois de uma carreira sem grandes vôos nas décadas de 60 e 70, o
jogador tornou-se dirigente esportivo e mais de 20 anos depois de
aposentado voltou às quadras para disputar o Aberto dos Estados Unidos,
tradicional campeonato master realizado anualmente no país
norte-americano.
"A primeira experiência master foi numa Olimpíada da categoria em 1989,
na Dinamarca, mas depois fomos a esse torneio nos EUA. E, no primeiro
ano, o Brasil venceu a categoria acima de 35 e acima de 50 anos - os
americanos ficaram loucos. Tínhamos o Pelé, craque do Minas Tênis Clube,
na época com 37 anos, mas parecia um garoto; e o Pina, na categoria dos
50, que também estava desequilibrando, então alem de termos sido
campeões, tivemos os dois MVP’s das categorias", relembra Faria. Mas a
história começou a ser escrita de fato quando o presidente da FIVB e
presidente licenciado da CBV, Ary Graça, compareceu a um desses
campeonatos.
"Ele se empolgou e praticamente me encomendou o campeonato: "Sérgio, já
que você quer fazer, monta aí que eu banco pela CBV para a gente fazer
no Aryzão". Então fizemos o primeiro aqui, há dez anos atrás. Se eu não
me engano foram 30 equipes. Hoje estamos com 170 equipes, então por aí
você pode sentir a evolução desse evento", afirma, orgulhoso, Sérgio,
que também participa do campeonato como jogador.
Para Sérgio Faria, o crescimento do torneio vai muito além de mais
partidas e mais oportunidade para os mais experientes: trata-se de
deixar o esporte em evidência.
"Aqui temos três grupos: os ex-craques, os ex-jogadores que não foram
nenhum expoente, e tem aqueles que começaram a jogar mais tarde, e se
esforçaram para estar aqui e competir. E isso para difusão do voleibol é
fundamental. A função aqui não é descobrir um jogador para a seleção
brasileira, e sim difundir cada vez mais o voleibol. Esse ano, somando o
campeonato indoor e a areia, temos aproximadamente 2000 atletas. Estou
até pensando em consultar o Guiness ano que vem, porque acho que é
recorde mundial, campeonato de master de uma só modalidade, desse
tamanho, não tem", exaltou o dirigente.
Encabeçando, ao lado de Faria e de outros, o grupo que fundou a
Associação Master de Voleibol do Rio de Janeiro (AMAVOLEI), em 1997,
Mario Dunlop é mais uma testemunha do enorme sucesso do Campeonato
Brasileiro de Vôlei Master, depois de uma década completada. Dunlop,
também conhecido como Mario "Cavalo" nos tempos de jogador, defendeu as
cores do Botafogo e da seleção brasileira com excelência - foi 11 vezes
campeão carioca consecutivamente, de 1965 a 1975, e disputou as
Olimpíadas de 1968, no México.
Na única vez que não participou do evento, em 2009, Mário enfrentava
sérios problemas médicos. Mas com a saúde dos tempos de jogador e o
apoio dos amigos de vôlei, conseguiu se recuperar e voltar às quadras no
ano seguinte.
"Embora tenha sido uma coisa simples, houve uma complicação no
pós-operatório e em novembro daquele ano eu não estava em condições de
vir. Mas sem dúvida o vôlei me ajudou a superar. Eu lá internado e todo
mundo mandando mensagem, ligando, falando que estavam aqui, mandando
abraços. Isso sempre motiva. Ficava pensando ‘tenho que ir lá, tenho que
ficar bom pra ano que vem ir lá’, e consegui. Fora a parte física que,
se eu não tivesse a saúde que eu tinha na ocasião, talvez não tivesse
superado", contou Dunlop.
Sobre o campeonato disputado todo final de ano, o ex-jogador da seleção,
que também faz parte da equipe de organização desde o começo, em 2003,
rasgou elogios e só lamentou por não haver uma maior adesão de atletas
consagrados.
"Eu acho muito bom poder jogar, acho ótimo. Só tenho pena do pessoal que
podia estar aqui, até de mais nível, que não vem. A própria ‘geração de
prata’ poderia já vir, mas infelizmente não comparecem, não sei porque.
Mas quem vem adora, diz que volta no ano que vem e estamos assim há dez
anos, sempre crescendo cada vez mais e estudando uma forma de acomodar
todo mundo aqui, o que é cada vez mais difícil", destacou "Cavalo".
E além dos comentários positivos sobre os participantes e a organização,
também sobraram elogios para a infraestrutura e o apoio dado pela CBV.
"Eu não fazia ideia que chegaríamos nesse ponto, quase 170 equipes
inscritas só no indoor, mais de 400 jogos, isso sem falar nas duplas e
nos quartetos da praia. Não era nossa intenção chegar nesse ponto, mas
já que chegou fico muito satisfeito. Mas sem o apoio do Ary (Graça,
presidente da FIVB) e da CBV isso jamais teria chegado a esse ponto,
eles foram fundamentais", finalizou Dunlop.
A I / CBV
Foto / Amaro Tavares / Divulgação
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